domingo, junho 10, 2012

Artes - Ateliê


Ateliê

Objetivo
Desenvolver o processo criador.

Conteúdo específico
Percurso de criação.

Anos
1º ao 5º.

Tempo estimado
Uma aula.



Material necessário
Giz de cera, lápis de cor, canetas, papel, tecido, revistas, tesoura, palitos, cola, fita crepe, barbante. Varie o material a cada proposta.

Conteúdo relacion

Desenvolvimento

1ª ETAPA
Organize numa bancada materiais para modalidades já conhecidas pela turma (desenho ou colagem, por exemplo). Deixe cada aluno livre para aprofundar as pesquisas em relação a meios, suportes e ferramentas, descobrindo diferentes combinações. Pendure os trabalhos em varais.

2ª ETAPA Selecione algumas produções para analisar coletivamente. Proponha que todos compartilhem escolhas e resultados, reconhecendo as marcas pessoais dos autores. Oriente-os a retomar a criação. Conforme eles ganhem autonomia, aumente a variedade de materiais, a freqüência das oficinas e o tempo de duração.

3ª ETAPA Organize uma mostra com três pinturas de cada aluno. Peça que façam textos explicando os passos das produções. Os visitantes podem ser guiados pelos próprios autores.

Avaliação
articipe com apoio técnico individualizado, indicando caminhos e debatendo resultados.




Consultora: Marisa Szpigel
Selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10.



Disponível em:







Estudo de Meio ou Aula Fora



Roteiro para o professor fazer




Organização

• Escolher um ou mais lugares que alunos e professores desejam estudar.


• Levantar o conhecimento que o grupo já possui sobre a área selecionada.


• Fazer um reconhecimento prévio: ida ao lugar escolhido para observação sensitiva

(olhar, ouvir, sentir o cheiro).


• Levantar o material e a bibliografia existente sobre esse lugar: mapas (antigos e atuais),

fotografias, poemas, livros, músicas, reportagens de jornais e revistas, vídeos e outros

tipos de documento que registrem sua história.

• Selecionar e analisar o material coletado.


• Definir um problema (uma questão) com base no que viram no local e no material

coletado.
• Selecionar pessoas que vivem no lugar para serem entrevistadas.

• Elaborar um roteiro de entrevistas.


• Dividir os grupos e as tarefas a serem feitas na saída a campo: entrevistador,

observador, desenhista, fotógrafo e redator.

• Definir uma data para a saída, quando será feita a coleta de dados sobre o lugar.

• Agendar a visita, caso seja necessário (museu, órgãos públicos, indústrias, parques

etc.).

• Definir o trajeto.


• Estabelecer condutas e normas com o grupo.

• Elaborar o caderno de campo com os roteiros das entrevistas, mapas, fotografias,

orientações, condutas etc.

• Providenciar autorização dos pais para a saída.



Atividades da saída



• Anotar as observações ao longo do trajeto (diário de bordo).

• Entrevistar, fotografar, desenhar e coletar outros dados.



Atividades do retorno



• Socializar o material coletado. No retorno, todo o material coletado deve ser organizado

de forma que todos conheçam as entrevistas, as fotos, os desenhos obtidos etc.

• Analisar os dados coletados com o objetivo de responder à questão formulada na etapa

de preparação do trabalho.



(adaptação do material didático Geografia Sociedade e Consumo)

Lucas Luiz Lamosa Disponível em:






 

 





Entrevista com pedagoga Adriana Friedmann - Brincar é preciso



Brincar é preciso

A pedagoga Adriana Friedmann*, autora de diversos livros, defende a importância da brincadeira para as crianças
Por Larissa Linder

Quando se fala em brincar, normalmente o senso-comum nos leva a pensar que é coisa de criança, ou que é apenas um passatempo. Há também quem veja as brincadeiras como infantilidade fora de hora, especialmente no ambiente escolar. Alguns professores têm dificuldade em lidar com as brincadeiras livres, criadas pelas próprias crianças, e as usam apenas como uma ferramenta de ensino de conteúdos. Mas brincar deve ir além disso. As brincadeiras têm enorme importância no desenvolvimento das crianças. E, aliás, não apenas das crianças: devem fazer parte de todas as fases da vida até a velhice, respeitando as capacidades e as linguagens de cada idade. Para tirar dúvidas sobre o brincar e esclarecer a sua importância, o Guia Prático entrevistou Adriana Friedmann, doutoranda em Antropologia pela PUC, mestre em Metodologia do Ensino pela UNICAMP, pedagoga pela USP e autora de vários livros sobre o tema. Confira

Qual a importância do brincar na infância? E em outras idades?
O brincar é uma linguagem essencial na vida das crianças, e elas precisam vivê-lo para poder se expressar e apreender o mundo, as pessoas e os objetos à sua volta, assim como experimentar a vida, seus valores e as relações. Para o adolescente, o brincar é essencial para dar vazão à sua fantasia, para experimentar diversas habilidades, apreender valores e regras e para relacionar-se com os outros, ou introjetar diversos conceitos. O adulto precisa do lúdico para ter canais expressivos. E este lúdico passa pelo movimento, pelas diversas expressões plásticas, pela música, pelos hobbies, pelas habilidades manuais e pela escrita criativa, entre outras linguagens.
"O professor precisa vivenciar as brincadeiras para, na sequência, refletir a respeito dos seus potenciais e, assim, conscientizar-se da importância de devolvê-las à vida das crianças e ao seu próprio trabalho." Adriana Friedmann

Como o professor pode lidar com as brincadeiras na escola?
O professor recebe uma formação 'pedagógica' e é, em geral, cobrado para seguir um currículo que fica limitado a conhecimentos que passam mais pelo acúmulo de informações em todas as áreas, deixando de lado o corpo e outras formas de expressão não verbais. Nesse sentido, ele vê o brincar como um tempo determinado de ócio (não trabalho), ou que só pode acontecer nos espaços do recreio ou do tempo livre. Ele muitas vezes desconhece o potencial educacional das brincadeiras e, por isso mesmo, nem imagina a possibilidade de trazê-las para o seu cotidiano para dar oportunidade para as crianças crescerem, desenvolverem-se e aprenderem por meio delas. O professor precisa vivenciar as brincadeiras para, na sequência, refletir a respeito dos seus potenciais e, assim, conscientizar-se da importância de devolvê-las à vida das crianças e ao seu próprio trabalho.

Qual o erro mais comum entre os professores ao tentarem estimular a brincadeira nos alunos?
Em geral, eles acabam utilizando as brincadeiras como instrumentos ou métodos pedagógicos e, assim, o prazer, que é a marca essencial de qualquer atividade lúdica, acaba se perdendo. Impor brincadeiras como métodos pedagógicos desencanta os alunos.


Há uma maneira específica para estimular os alunos a brincar?
A única maneira é tentar conhecer quais as brincadeiras de que os alunos mais gostam, aprendê-las e brincar junto com eles para, assim, estabelecer um caminho de diálogo. Pode-se, dessa maneira, estimulálos a recriar novas versões. O respeito pelo repertório que eles trazem deve ser um traço do professor, no sentido de dar verdadeiro valor a este patrimônio.

"Da infância até a terceira idade, a brincadeira faz parte da vida de todo ser humano"


Como o professor pode se preparar?
Há inúmeros cursos de formação, muitos livros com ideias, mas o essencial é o professor brincar e vivenciar essas brincadeiras para poder compreender o que esses brincares provocam internamente e seus potenciais latentes.

Quais as diferenças entre brincar e jogar? 
Brincar implica mais liberdade, espontaneidade, regras mais flexíveis e mudanças de um grupo a outro. Jogar tem a ver com respeito a regras externas ao grupo - universais - e se relaciona, principalmente, com jogos de quadra ou de tabuleiro.

Existe uma idade certa para começar e para parar de estimular as brincadeiras? 
Desde o bebê que nasce até a terceira idade, a brincadeira faz parte da vida de todo ser humano. O importante é que as brincadeiras sejam adequadas a cada idade para não infantilizálas ou dificultá-las demais.

Como os pais podem estimular o brincar com as crianças? 
Brincando junto, oferecendo tempo e espaços seguros, muito mais do que comprando grande quantidade de brinquedos. Proporcionando a oportunidade de troca com outras crianças, ou com adolescentes ou adultos.

As crianças hoje brincam menos do que as gerações anteriores? 
Não. As crianças brincam de forma diferente e, mesmo com menos tempo ou falta de espaços adequados, fazem de tudo para brincar em qualquer faixa etária e em qualquer região.

Há culturas onde as crianças brincam mais? 
Em todas as culturas as crianças brincam. Talvez nas comunidades indígenas se dê mais valor ao tempo livre, à experimentação e à liberdade, aspectos que oportunizam mais o brincar. Mas, mesmo as crianças que moram em apartamentos, cortiços ou favelas, brincam.
*Adriana Friedmann é doutoranda em Antropologia pela PUC, mestre em Metodologia do Ensino pela UNICAMP e pedagoga pela USP. Coordenadora e docente do curso de pós-graduação Educação Lúdica em Contextos Escolares, Não Formais e Corporativos no Instituto Superior de Educação Vera Cruz. Consultora da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, com programas para crianças de 0 a 3 anos. Cofundadora e membro do Conselho Consultivo da Aliança pela Infância no Brasil. Docente e consultora na formação de educadores e na implantação de espaços lúdicos em inúmeras instituições.
Autora dos livros: 
"O Brincar no Cotidiano da Criança" (Editora Moderna, 2006)
"O Desenvolvimento da Criança Através do Brincar" (Editora Moderna, 2006)
"O Universo Simbólico da Criança: Olhares Sensíveis para a Infância" (Editora Vozes, 2005)
"Dinâmicas Criativas- Um Caminho para a Transformação de Grupos" (Editora Vozes, 2004)
"A Arte de Brincar" (Editora Vozes, 1992)
"Brincar, Crescer e Aprender: o Resgate do Jogo Infantil" (Editora Moderna, 1992)
Coautora dos livros: 
"O Direito de Brincar - A Brinquedoteca" (Editora Scritta, 1992)
"Caminhos para uma Aliança pela Infância" (Aliança pela Infância, 2003)

Outras entrevistas

VIDEOS SOBRE A IMPORTANCIA DO BRINCAR PARA APRENDER




PLANEJAMENTO E ATIVIDADES DE UMA FEIRA DE CIÊNCIAS
PASSO A PASSO E ATIVIDADES:http://bancodeatividades.blogspot.com.br/2010/01/atividades-para-montar-uma-feira-de.htm






Planeta Água

Objetivos


- Cponhecer diferentes usos da água. 
- Entender sua presença em 
ambientes distintos. 

Conteúdo 
- Água. 

Anos 
3º ao 5º. 

Tempo estimado
Um mês. 

Material necessário 
Água em estado líquido, ilustrações ou fotos de seres vivos (animais e plantas) típicos de diferentes ambientes, ilustrações ou fotos de água sendo utilizada (alimentos sendo consumidos, animais matando a sede etc.), sal, batatas cortadas ao meio, sacos plásticos, fita adesiva, formas ou copos plásticos, geladeira com congelador, garrafa PET pequena com tampa, recipiente retangular fundo e o vídeo Como Funcionam as Usinas Hidrelétricas (www.abr.io/video_agua). 

Flexibilização 
Para trabalhar com um aluno com deficiência intelectual, se julgar necessário, durante a 1ª etapa, passe uma lição de casa para garantir ao aluno maior repertório. Explique antecipadamente o que se espera dele quanto a comportamento e participação. 
Na segunda etapa, faça intervenções no grupo para a divisão das tarefas e incentive o aluno com deficiência a tomar iniciativas. Se necessário, determine suas funções. 
Na quarta etapa, se o tempo de concentração do aluno for mais restrito, estimule-o com tarefas como fazer um desenho ou listar informações que, mais tarde, serão apresentadas ao grupo. 
Na quinta etapa, organize para o aluno com deficiência um grupo menor e mais heterogêneo em termos de conhecimento e iniciativas colaboradoras. Faça intervenções sempre que perceber que o aluno não está cumprindo as funções que lhe cabem. 
Na avaliação, para formar dupla com ele, escolha um aluno com mais domínio do assunto e respeite seu espaço de participação. 

Desenvolvimento 
1ª etapa 
Comece perguntando: "Onde a gente pode encontrar água em estado líquido?". As respostas mais comuns devem ser rios, lagos, mares e oceanos. Em seguida, faça outra pergunta: "Será que existe água nos alimentos?". Divida a turma em grupos e forneça a cada um meia batata. Os alunos devem espalhar uma colher de chá de sal sobre a superfície dela e observar. Alguns minutos depois, ocorrerá um acúmulo de água. Discuta de onde ela vem. Para verificar a presença de água em outros alimentos, como frutas ou pão, peça que coloquem uma amostra em um saco plástico completamente fechado e deixem-no em um local que receba sol por alguns dias. 

2ª etapa 
Pergunte se existe outra forma de água no planeta além daquela em estado líquido. Apresente algumas imagens de rios, lagos, represas, geleiras, nuvens, chuva caindo etc. Peça que separem as imagens de acordo com o estado físico em que a água se encontra e colem no caderno, escrevendo "sólido", "líquido" ou "gasoso" como legenda. 

3ª etapa 
Informe que a turma fará um experimento para ver a água mudando de estado físico e comprovar que a temperatura é responsável por essa mudança. Em seguida, peça que alunos coloquem um pouco de água em duas fôrmas plásticas. As duas irão para a geladeira, mas só uma será colocada no congelador. A outra ficará na parte de baixo do refrigerador. A cada hora, as crianças devem observar o estado da água nas duas fôrmas. Cerca de três horas depois, a água colocada no congelador - submetida a uma temperatura muito baixa - terá virado gelo (estado sólido). A fôrma da parte de baixo, por outro lado, ainda estará líquida, pois a temperatura era um pouco mais alta. Finalize a etapa levando o gelo para a sala de aula e deixando que os alunos observem o derretimento à temperatura ambiente. Discuta o que foi observado. 

4ª etapa 
O tema abordado, agora, será evaporação. Pergunte aos estudantes: "O que ocorre quando enchemos uma panela de água e a esquentamos no fogão?". Se possível, faça uma demonstração usando algum tipo de fogareiro (desde que você seja o único a se aproximar do fogo, por motivos de segurança). Peça que os alunos estabeleçam uma relação entre a evaporação observada no fogareiro e a que ocorre naturalmente, como roupas lavadas que secam no varal, aquários destampados etc. 

5ª etapa 
Apresente as imagens de seres vivos típicos de diferentes ambientes junto com as figuras de água sendo utilizada (alimentos sendo consumidos, animais matando a sede, plantas crescendo etc.) e questione: como e com que finalidade eles utilizam a água? As crianças devem relacionar as figuras. Abaixo de cada relação, elas vão registrar que uso se faz da água naquele exemplo. Ao final da etapa, espera-se que os alunos tenham percebido que os seres vivos, inclusive o homem, usam a água de diferentes maneiras, mas com a mesma finalidade: sobreviver. Trata-se, portanto, de um recurso essencial à vida. 

6ª etapa 
Peça que os alunos citem alguns exemplos de usos que o homem costuma fazer da água e registre-os no quadro. Se ninguém citar a geração de energia elétrica, faça você a citação e pergunte: "De onde vem a energia que acende as luzes de casa e da escola?". Diga para anotarem as hipóteses no caderno e, em seguida, exiba o vídeo intitulado Como Funcionam as Usinas Hidrelétricas. Ao final da exibição, solicite que as crianças revejam as hipóteses iniciais. 

Avaliação 
Peça que a garotada elabore cartazes com perguntas e respostas sobre o que foi estudado (inclua algumas perguntas elaboradas por você). O material pode ser exposto na sala de aula ou nos murais da escola.


Consultoria: Carolina Luvizoto
Formadora de professores da Sangari Brasil, em São Paulo.



Disponível em:











PROJETOS


Projeto INTERAÇÃO




Publico alvo: Educação infantil e ensino Fundamental I
Objetivo: Desenvolver o conhecimento, a interação e trocas de experiências com todos dentro e fora da instituição escolar.

O que se espera que o aluno aprenda:
  • O trabalho com grupos de diferentes idades e rotinas.
  • Inserir a leitura no dia a dia como pratica prazerosa e não obrigatório.
  • Incentivo a socialização entre as crianças e até mesmo com os educadores.
  • Explorar novos ambientes.
  • Estimulo do aprendizado com novas praticas de aprendizagem.
  • Desenvolvimento de inúmeras habilidades.


Etapas previstas
1º PASSO
Durante três dias (o tempo varia de acordo com a quantidade de salas de aula, no entanto se essas forem muitas em vez de dias, pode acontecer em horas ou períodos) cada educador será responsável por elaborar uma ou mais atividades relacionadas a jogos e/ou brincadeiras para desenvolver junto as demais turmas da escola. Ex: Cantinhos com jogos, Dramatizações em sala de aula, Competições no patio, cantigas de roda, etc.

2º PASSO
A instituição promoverá uma excursão com todos os alunos para teatros, brinquedotecas, circos, exposições, etc.

3 PASSO
Depois de haver interação entre alunos de salas diferentes e com o ambiente externo, agora é o momento de acontecer entre instituições as quais elaborarão uma ou mais atividades relacionadas a jogos e/ou brincadeiras.


O que o professor deve garantir no decorrer do projeto?

        O professor deve garantir que seja extraído as mais diversas habilidades em cada brincadeira e/ou jogo. Para o acompanhamento eficaz e cada criança é de suma importância o registro dês do primeiro momento ao ultimo para acompanhar o desenvolvimento dos educandos.





Projeto do Leitor
Brincando e aprendendo
Professora do interior de São Paulo integra Português, Matemática, Artes e Ciências com Projeto Brincriando
Por Vanessa Prata



Objetivos:
Desenvolver noções de geometria
Aprimorar as noções de medidas
Desenvolver a escrita na confecção de lista de materiais
Ressaltar a importância do meio ambiente e da reciclagem de materiais
Estimular a criatividade
Duração: 6 a 8 aulas



Alunos empolgados
para ter aula aos finais de semana? Pois foi isso o que a professora-educadora Sílvia Fernanda Matorelli Albarelli conseguiu com seu Projeto Brincriando, desenvolvido na Escola da Família implantada na EMEFEI Orlando Júlio Guimarães, em Piracaia (SP). A Escola da Família oferece atividades extracurriculares aos sábados com o objetivo de criar um vínculo maior entre a escola e a comunidade local. O trabalho realizado por Sílvia envolveu várias disciplinas, trabalhando figuras geométricas de forma lúdica e terminando com a construção de bonecas de pano que fizeram o maior sucesso entre as crianças.
Materiais:
Sólidos geométricos
Cartolina
Lápis preto
Tesoura
Linha
Agulha
Restos de tecidos

Projeto Brincriando
Primeira etapa: apresentação
Sílvia apresentou os sólidos geométricos para os alunos, por meio de joguinhos de madeira. “Percebi que algumas crianças já tinham certa familiaridade com as figuras geométricas, outras, porém, encontraram um pouco mais de dificuldades de identificá-las. Numa roda de conversa, essa troca de saberes foi imensamente importante, pois os que sabiam mais ajudaram os amigos a construir conhecimentos sobre o assunto”, comenta Sílvia. A partir da observação, a professora percebeu que as crianças estavam muito interessadas em criar formas humanas. Sugeriu, então, a criação de uma oficina em que cada um pudesse confeccionar suas próprias bonecas.

Segunda etapa:
preparação
Com os alunos, Sílvia elencou os materiais que seriam usados na confecção das bonecas e, durante a montagem da lista, aproveitou para fazer intervenções sobre a escrita de determinadas palavras. Para um melhor entendimento do assunto e também para trabalhar a leitura e a escrita, Sílvia escreveu os nomes das figuras geométricas e solicitou aos alunos que montassem a boneca na lousa, com cartolina, e colocassem ao lado de cada figura o seu nome, por exemplo: a palavra círculo ao lado da cabeça, a palavra retângulo juntos aos braços e pernas etc. O próximo passo foi providenciar sobras de tecidos, negociados com uma fábrica da cidade, para a confecção das bonecas.

Etapa final: montagem
Separados os materiais, hora de retornar às formas geométricas. As crianças riscaram, com ajuda de um molde, as partes da boneca em cartolina. “Nessa etapa, discutimos os danos causados pelo desperdício de muitos materiais jogados na natureza e como a reciclagem é importante. Todos os materiais utilizados na confecção da boneca foram reutilizados, como retalhos de tecidos e lã de blusas velhas”, explica Sílvia. Após criar os moldes, as crianças, com a ajuda da professora, recortaram os tecidos e costuraram as partes para formar as bonecas, enchendo-as com pedacinhos de papel. Depois, cada um enfeitou a sua boneca como quis, trabalhando a criatividade. “Até os meninos se empolgaram, pois podiam dar a boneca para as mães e irmãs, se não quisessem brincar. Além disso, houve até crianças que venderam suas bonequinhas na comunidade local, aprendendo também um pouco sobre o sistema monetário”, acrescenta Sílvia.
Saiba mais!
Que tal aproveitar a ideia da boneca de pano e contar aos alunos histórias de Monteiro Lobato com a personagem Emília? A boneca apareceu pela primeira vez no livro A Menina do Narizinho Arrebitado, de 1920, feita por Tia Nastácia para a menina Narizinho. Emília nasce muda, mas é “curada” pelo doutor Caramujo, que lhe receitou uma "pílula falante"

Dica esperta!
Você pode incrementar essa atividade com a música infantil Boneca de Lata, cantada, entre outros, por Eliana. Com a canção, é possível trabalhar as partes do corpo e as horas ou criar atividades de alfabetização. Outra opção é a música Emília, a Boneca de Pano, cantada por Baby do Brasil.
O JOGO NA CONCEPÇÃO DE ALGUNS AUTORES
Para Piaget (1978), a origem das manifestações lúdicas acompanha o desenvolvimento da inteligência vinculando-se aos estágios do desenvolvimento cognitivo. Cada etapa do desenvolvimento está relacionada a um tipo de atividade lúdica que se sucede da mesma maneira para todos os indivíduos. Outro conceito essencial da teoria sobre o jogo é a relação deste com o processo de adaptação, que implica dois processos complementares: a assimilação e a acomodação.
A assimilação se caracteriza como o processo pelo qual a criança, quando se depara com determinados problemas do mundo externo, utiliza, para resolvê-los, estruturas mentais já existentes.
A acomodação é o processo pelo qual a criança, quando se depara com o problema e não consegue resolver com as estruturas existentes, modifica-as. Para Piaget, as crianças adaptam-se ao ambiente, através do processo de equilibração.
Este conceito piagetiano se evidencia na atividade lúdica infantil à medida que as crianças, ao jogarem, assimilam novas informações e acomodam-nas às suas estruturas mentais.
Piaget (1978) identifica três grandes tipos de estruturas mentais que surgem sucessivamente na evolução do brincar infantil: o exercício, o símbolo e a regra. O jogo de exercício representa a forma inicial do jogo na criança e caracteriza o período sensório-motor do desenvolvimento cognitivo. Manifesta-se na faixa etária de zero a dois anos e acompanha o ser humano durante toda a sua existência, da infância à idade adulta.
O jogo de exercício não supõe o pensamento nem qualquer estrutura representativa especificamente lúdica.
De acordo com Piaget (1978), o jogo simbólico tem início com o aparecimento da função simbólica, no final do segundo ano de vida, quando a criança entra na etapa pré-operatória do desenvolvimento cognitivo. Um dos marcos da função simbólica é a habilidade de estabelecer a diferença entre alguma coisa usada como símbolo e o que ela representa, seu significado.
Sendo assim, concebendo a estrutura do símbolo como instrumento de assimilação lúdica, Piaget observa que durante o desenvolvimento da criança, surgem novos e diversos símbolos lúdicos que determinam à evolução do jogo simbólico, meios para compensar, liquidar, nos casos onde o jogo até então era indispensável.
Para Piaget (1978), o jogo de regras constitui-se os jogos do ser socializado e se manifestam quando, por volta dos 4 anos, acontece um declínio nos jogos simbólicos e a criança começa a se interessar pelas regras.
Não se identifica nos jogos de regras segundo Piaget (1978) o processo de involução. Estes se desenvolvem e se mantém por toda a vida, como é o caso dos esportes, cartas e outros.
Neste sentido, para o autor supracitado, o jogo de regras apresenta um equilíbrio entre a assimilação ao eu e a vida social, marcando a passagem do jogo infantil para o jogo adulto. As regras conferem legitimidade ao jogo, inserindo, na competição, uma disciplina coletiva e uma moral de honra.
Portanto, Piaget (1978) forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como base de muitas linhas educacionais atuais. De fato, suas contribuições para as áreas da Psicologia e Pedagogia são imensuráveis. 

O jogo na concepção de Vygotsky

Vygostky (1999) estabelece uma relação estreita entre o jogo e a aprendizagem, atribuindo-lhe uma grande importância. Para que possamos melhor compreender essa importância é necessário que recordemos algumas idéias de sua teoria do desenvolvimento cognitivo. A principal é que o desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contato regular. Convém lembrar também que o principal conceito da teoria de Vygotsky é o de zona de desenvolvimento proximal, que ele define como a diferença entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com auxílio, o que leva à conseqüência de que as crianças podem fazer mais do que conseguiriam fazer por si só.
Conforme Vygotsky (1999), não é todo jogo da criança que possibilita a criação de uma zona de desenvolvimento proximal, do mesmo modo que nem todo o ensino o consegue; porém, no jogo simbólico, normalmente, as condições para que ela se estabeleça estão presentes, haja vista que nesse jogo estão presentes uma situação imaginária e a sujeição a certas regras de conduta. Sendo assim, o autor supramencionado, afirma que as regras são partes integrantes do jogo simbólico, embora, não tenham o caráter de antecipação e sistematização como nos jogos habitualmente regrados. Ao desenvolver um jogo simbólico a criança ensaia comportamentos e papéis, projeta-se em atividades dos adultos, ensaia atitudes, valores, hábitos e situações para os quais não está preparada na vida real.
Vygotsky, (1999), também detecta no jogo outro elemento a que atribui grande importância: o papel da imaginação que coloca em estreita relação com a atividade criadora. Ele afirma que os processos de criação são observáveis principalmente nos jogos da criança, porque no jogo ela representa e produz muito mais do que aquilo que viu.
Na visão sócio-histórica de Vygotsky (1999), a brincadeira, o jogo, é uma atividade específica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto cultural e social.
A noção de zona proximal de desenvolvimento interliga-se, portanto, de maneira muito forte, à sensibilidade do professor em relação às necessidades e capacidades da criança e à sua aptidão para utilizar as contingências do meio a fim de dar-lhe a possibilidade de passar do que sabe fazer para o que não sabe.Assim sendo, as brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a importância do professor conhecer a teoria de Vygotsky.

O jogo na concepção de Wallon
Wallon foi um estudioso que se dedicou ao psiquismo humano na perspectiva genética, ou seja, ele defendeu a gênese da pessoa, na qual justifica o seu interesse pela evolução psicológica da criança.
Segundo Ferreira (2003), a psicogenética walloniana oferece subsídios para reflexão sobre as práticas pedagógicas. Ele considera que não é possível selecionar um único aspecto do ser humano e perceber o desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se distribuem a atividade infantil (afetivo, motor e cognitivo). Pois o estudo do desenvolvimento humano deve considerar o sujeito como geneticamente social e estudar a criança contextualizada, nas relações com o meio. Para Ferreira (2003), partindo desse pressuposto, podemos dizer que a infância é um momento real e distinto de todos os outros, por isso mesmo, deve ser considerado de acordo com as suas peculiaridades. É neste período que expressamos nossos sentimentos, nossa criatividade da forma mais espontânea possível quando as atividades lúdicas são predominantes. Sabemos que é através das brincadeiras que as crianças estabelecem relação com o meio, interagem com o outro, para construir a própria identidade e desenvolver sua autonomia.
Segundo Winnicott (1975), o brincar facilita o crescimento e, em conseqüência, promove o desenvolvimento. Uma criança que não brinca não se constitui de maneira saudável, tem prejuízos no desenvolvimento motor e sócio/afetivo. Possivelmente tornar-se-á apática diante de situações que proporcionam o raciocínio lógico, a interação, a atenção.
"Brincar é parte integrante da vida social e é um processo interpretativo com uma textura complexa, onde fazer realidade requer negociações do significado, conduzidas pelo corpo e pela linguagem". Ferreira (2003, p. 84)
Segundo Espíndola (2002), em sua teoria Wallon mostra que é através da imitação que a criança vive o processo de desenvolvimento que é seguido por fases distintas, no entanto, é a quantidade de atividades lúdicas que proporcionarão o progresso, e diante do resultado, temos a impressão que a criança internalizou por completo o aprendizado, mas, ela só comprova seu progresso através dos detalhes.
Wallon (1981) compreende que as etapas do desenvolvimento evidenciam atividades em que as crianças buscam tirar proveito de tudo. Os jogos comprovam as múltiplas experiências vividas pelas crianças, como: memorização, enumeração, socialização, articulação, sensoriais, entre outras.
Debruçando-se nas idéias de Wallon, percebe-se que os jogos para a criança são progressão funcional, já para o adulto é regressão, "porque o que existe é a desintegração global da sua atividade face ao real" Wallon (1981, p. 79). Ou seja, para o adulto acontece o contrário, pois ao longo da vida o homem se aborrece por ser criança e quer o mais rápido possível se desligar completamente das atividades lúdicas, aproximando-se de atividades como o trabalho. Posteriormente deseja ser criança outra vez, então relaxa quando está ao lado de uma criança, se permitindo realizar atividades sem compromisso.
Percebe-se que sua concepção diz que, o lúdico e infância não podem ser dissociados, toda atividade da criança deve ser espontânea, livre de qualquer repressão, antes de tornar-se subordinada a projetos de ações mais extensas e transformadas. Portanto, o jogo é uma ação voluntária, caso contrário, não é jogo, mas sim trabalho ou ensino.
O papel do adulto e educador se faz necessário numa vivência em todas as fases da infância, pois é importante ter atrelado ao seu auto-conhecimento e autoconsciência, o conhecimento teórico. Desta forma, ele estará preparado para intervir no jogo infantil, de maneira adequada, destacando o progresso e proporcionando mais crescimento. O adulto deve ser um facilitador do jogo e não um jogador. Brincar com criança não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.
Disponível em: